“Muitas pessoas dão banho no pet com mangueira ou no tanque, com água gelada, e deixam a secagem por conta do sol, o que é errado”, diz Leandra Marquezine, de 37 anos, dona de um pet shop no Parque Vista Alegre em Bauru especializado em banho e tosa. Ela explica que o banho do animal de estimação tem cuidados a serem seguidos tanto em casa quanto no pet shop.
Para o passo a passo, Leandra alerta primeiro para a temperatura da água e enfatiza que cada animal tem um biotipo. “Abomino banho de mangueira. O ideal para um banho é a água morna. Também é bom verificar o produto que está sendo usado, procurar se informar se é para o tipo de pele do animal, sendo ele cachorro ou gato. Na dúvida, recomendo o uso de duas a três mãos de um xampu neutro próprio para o animal”.
Para o banho não se tornar um problema de saúde é importante tomar cuidados com os olhos e os ouvidos do animal ao passar o produto e no momento do enxágue. Uma dica para não entrar água é colocar no fundo dos ouvidos uma “bolinha” de algodão, empurrando com o dedo – como um cotonete.
Hora de secar
Também é extremamente importante a secagem do animal, um passo que as pessoas não dão muito valor, segundo Leandra. “O corpo do animal demora 48 horas para secar completamente, então usar apenas a toalha ou esperar no sol pode deixar vestígios nos poros. Não secar adequadamente é o que causa os problemas de pele, é o momento em que fungos e micoses se proliferam, causando a famosa dermatocitose”, explica.
Em seu estabelecimento, a proprietária utiliza três métodos que podem ser improvisados em casa. Para tirar o excesso de água da superfície do corpo a toalha é uma aliada. Logo depois o secador entra em cena. Leandra também usa uma máquina nova no mercado, que funciona como um “soprador”, que seca até a raiz e, por não fazer barulho, deixa o animal mais tranquilo.
A professora de inglês Lilian Cury Verge, 52 anos, dona da Gigi e do Max, ambos sem raças definidas, conta que dá banho uma vez por mês na dupla em uma suíte para os hóspedes de sua casa e que, antes de começar o banho, fecha as janelas e portas para não entrar vento. “Tomo muito cuidado no banho para não prejudicar a saúde deles. Trato igual gente. Além de esperar a água do chuveiro esquentar e proteger os ouvidos, deixo um xampu antipulgas para peles sensíveis agir por 10 minutos”. Ela também revela que os dois vão apenas duas vezes por ano para o pet shop, para tosar e aparar os pêlos, e que uma alternativa que encontrou é uma toalha para cães, que absorve quase 100% da água, já que eles não gostam do barulho do secador.
Mitos
Lendas em torno de tratamentos medicinais também assombram os donos. “Óleo queimado para tratar sarna, pasta de enxofre, querosene e varex para combater pulgas e carrapatos são altamente tóxicos e não passam de mitos para o tratamento. Algumas pessoas usam esses produtos e, sem saber a procedência, acabam causando lesões na pele do animal”, salienta. A recomendação para esses casos é se informar com o médico veterinário antes de tentar qualquer estratégia nova para driblar as doenças de pele.
Outra farsa é o desinfetante comum para esterelizar o ambiente do animal para se livrar da infestação destas pragas. O tratamento só eficaz, nestes casos, se o dono procurar produtos químicos certos para limpeza. No animal, por exemplo, só se concentra 5% dos carrapatos e pulgas, os outros 95% ficam no local onde vive, porque eles sugam o sangue e caem no chão.
Vaidade
“A estética usada de modo errado vira uma arma contra o animal”, afirma Leandra sobre o uso incorreto de lacinhos e gravatinhas. Ela conta que até já pensou em fazer um movimento contrário aos adereços nas redes sociais e que estes “elásticos” não são mais moda em seu pet shop.
“Procuro orientar e conscientizar todos os meus clientes sobre os malefícios que esta vaidade causa. Além de estressar o animal, se o lacinho ou gravatinha estiver muito apertado, pode causar a necrose da pele e infecção nos olhos”. A especialista complementa. “Já vi casos da parte superior da cabeça de um cachorro sair porque haviam economizado no elástico”.
Lilian conta que a vaidade com os pets se restringe a lavar as patas toda vez que volta dos passeios nas ruas para não trazer sujeira e o minímo de bactérias para casa, e que também procura sempre escová-los quando estão peludos.