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É cada vez mais comum ver donos que se dedicam a seus animais como pais, não medindo esforços para agradar e mimar os pets. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), entre janeiro e setembro de 2012 o mercadopet cresceu quase 12% em relação ao mesmo período de 2011. Essa alta está estritamente ligada ao compromisso da população em melhorar a qualidade de vida e cuidar da saúde do animal, sendo que um dos principais produtos responsáveis pelo crescimento no mercado pet são as rações. No entanto, com a grande variedade de alimentos disponíveis nas gôndolas dos pet shops e supermercados, fica difícil saber qual a melhor opção. O vendedor Ivan Trevisan é um exemplo de consumidor que, embora dedicado ao seu pet, tem dificuldade na hora de comprar a ração da cadela da família. Segundo ele, a escolha deve, necessariamente, passar pela aprovação da sua Shih-Tzu, a Nina. “Procuro sempre observar se ela está se adaptando bem ao alimento”, relata Trevisan. Como a maioria dos consumidores, para selecionar a ração ideal, o vendedor utiliza alguns critérios como a consistência, a aparência e o preço. “Não gosto e produtos muito baratos porque acredito que não sejam de boa qualidade”, diz. Outro motivo de desconfiança é a própria embalagem, que, ao utilizar termos muito técnicos, dificulta a compreensão das informações nutricionais. Mas será que é possível fazer uma boa escolha dessa forma? A Meu Pet conversou com especialistas para desvendar os segredos contidos nas embalagens desses alimentos, e assim, ajudar o leitor nessa escolha. Confira!

 

 

POR DENTRO DA RAÇÃO

 

 

A ração canina é um alimento que deve suprir todas as necessidades nutricionais do animal, epor isso não possui um ingrediente principal. O especialista em nutrição animal Aulus Carciofi, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), diz que uma boa ração deve conter ingredientes de qualidade e bem processados, misturados de modo proporcional. “A ração ideal reúne fontes de carboidrato, proteínas, gorduras, fibras, minerais e vitaminas, totalizando 45 nutrientes indispensáveis para o bem-estar do pet”, orienta. Entre os nutrientes indispensáveis vale destacar alguns que influenciam de maneira mais incisiva a saúde canina, devendo a ração possuir uma dosagem específica de cada um para ser considerada de qualidade. As proteínas, por exemplo, têm de corresponder a no mínimo 22% de cada quilo de ração, pois são indispensáveis para manter o tônus muscular do animal e o sistema imunológico emdia. Os lipídios devem representar ao menos 5% do quilo da ração, assim é possível manter o pelo e a pele do cão mais saudáveis. Já o cálcio e o fósforo atuam em conjunto para que os ossos permaneçam sempre fortes e, por isso, a comida precisa conter mais de 1,1% do primeiro elemento e de 0,9% do segundo para cada quilo. A vitamina D é importante para aprevenção de doenças, principalmente ósseas e dentárias, sendo indispensáveis pelo menos 500 UI/ kg (unidade usada para mensurar vitaminas) desse elemento.

 

 

DE OLHO NA ENERGIA DO PET

 

 

É essencial também estar atento às condições físicas do animal e seu estilo de vida para escolher o melhor alimento. Segundo o mestre em alimentação e nutrição animal Yves Miceli, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), essas condições definirão a quantidade certa de alimento a ser oferecida ao cão. “A dose correta de alguns nutrientes vai depender da atividade física, estado fisiológico e saúde do bicho”, analisa Miceli. O conteúdo energético é o principal item a ser observado nas embalagens, e o mais indicado é oferecer alimentos ricos em energia para cães mais magros ou quietos e mais baixos para os obesos ou hiperativos. Esse conteúdo energético é verificado por meio do teor de gordura (ou extrato etéreo) e, quanto mais baixo ele for, maior deve ser a quantidade de fibras na ração. Esse equilíbrio é importante para manter as funções fisiológicas em perfeito funcionamento. “Quando a ração tiver até 12% de extrato etéreo, a quantidade de fibras deve ser maior que 6%, e quando tiver extrato etéreo superior a 18%, as fibras deverão compor menos de 3% do alimento. Os teores médios seguem esse mesmoconceito”, afirma Carciofi.

 

 

A RAÇÃO MAIS ADEQUADA

 

 

No mercado brasileiro há quatro tipos de ração que são produzidos de formas distintas, possuem preços diversos e têm diferentes impactos no organismo do cão. Segundo o veterinário Júlio César Cambraia, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), embora haja tanta diferença, não é possível definir qual é a ração correta para o peludo, pois todas possuem os nutrientes necessários para o bem-estar dele, o que as distingue é o graude absorção. “A diferença é que uma ração de baixa digestibilidade vai exigir uma maior quantidade de comida para a sensação de saciedade se comparada a uma com boa absorção”, indica Cambraia. Esse poder de absorção influencia vários outros fatores. Com um alimento de baixa digestibilidade o cão produz maior quantidade de fezes, pois ingere muito mais alimento. Além disso, apesar de a comida com elevada absorção ser mais cara, ela exige um consumo menor, sendo mais rentável financeiramente do que a ração mais barata e de baixa absorção.

 

 

PROBLEMAS DE SAÚDE

 

 

Optar por uma ração de baixa qualidade pode trazer alguns problemas de saúde ao cachorro. Nesses casos, tanto o excesso como a falta de nutrientes são prejudiciais. O veterinário Aulus Carciofi afirma que quase todos os nutrientes, quando servidos em demasia, podem provocar complicações à saúde. A única exceção são as vitaminas hidrossolúveis (dissolvidas em água e absorvidas pelo intestino), pois o corpo utiliza o necessário e elimina os excessos. A ausência dos nutrientes é tão ou mais grave que o excesso“Por serem substâncias essenciais, a falta de qualquer uma delas deixará o cão debilitado e com sintomas específicos”, diz Carciofi . Má condição da pelagem, ganho excessivo ou perda de peso, problemas hepáticos, cardíacos, queda da imunidade, formação de fezes pastosas e volumosas e distúrbios ósseos e articulares estão entre as principais consequências do uso de rações de baixa qualidade. O veterinário Yves Miceli ainda alerta sobre a variação da quantidade de nutrientes de acordo com a idade do animal: “Os cães apresentam necessidades distintas em cada fase da vida. Uma comida que faz bem a um filhote ou idoso pode provocar sérios danos à saúde de um adulto”, ressalta. Ainda segundo Miceli, um alimento rico em fósforo é essencial para o bem-estar de um filhote, mas, se oferecido todo dia para um cão adulto, pode causar danos irreversíveis aos rins, levando até mesmo a um quadro de insuficiência renal.

 

 

CUIDADO NA CONSERVAÇÃO

 

 

Antes da compra fique atento ao modo de conservação. “Rações vendidas a granel, além de ilegais, podem provocar danos à saúde do cão, pois o longo contato com o ar causa a oxidação das gorduras, e gera radicais livres, que são elementos tóxicos”, destaca Carciofi.

 

Fonte: http://revistameupet.com.br/alimentacao/como-escolher-a-racao-certa-para-seu-pet/691/