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Cães são como crianças de dois anos e meio, necessitam de atenção e cuidados, e também que o ser humano tende a pensar que acidentes, doenças graves e casamentos são desgraças que só acontecem com outras pessoas e com os cães de outras pessoas. Por isso é importante termos alguma noção de primeiros socorros, inclusive para ajudarmos e até salvarmos nossos peludos em caso de emergência. E aqui vai um guia geral para os casos mais comuns que podem ocorrer a nossas crianças peludas.

Algumas providências são semelhantes às tomadas quando os problemas ocorrem com humanos, embora possa ser um pouco mais difícil detectá-los em cães, já que estes não falam idiomas humanos e muitas vezes até fogem ao serem feridos. E nunca se esqueça de manter a calma, tua e do peludo, nem de chamar o veterinário ou levar o cão até ele em caso de demora para resolver o problema.

Asfixia ou Engasgo
Sabemos (ou deveríamos saber) que não devemos largar pelo chão nada que possa ser engolido por crianças pequenas ou cães. Mas pode acontecer de o peludo deglutir alguma coisa que pare na garganta. Então ele geme de dor, ou não pára de tossir, babar ou vomitar, ou bate na boca com a pata — obviamente tentando se livrar do que o incomoda lá dentro — , ou demonstra estar sem fôlego, com boca e gengivas azuis, roxas ou brancas.

Se o peludo não conseguir se livrar sozinho do que lhe sufoca, nossa primeira providência é ajudá-lo abrindo-lhe a boca — mas antes, se o bicho for bravo e de médio a grande porte, imobilize-o segurando-o pela pelagem entre as orelhas, senão ele pode te morder mesmo. Ah, sim: não esqueça uma lanterna, abajur ou outra fonte de luz para enxergar bem lá dentro da boca do cão e não correr o risco de, ao tentar remover o que obstrui a garganta do bicho, não enxergar direito e empurrar mais para dentro ainda. Uma pinça por perto ajudará muito na remoção.

Se o cão for pequeno ou médio, você pode suspendê-lo de cabeça para baixo, seguro e pendurado pelas patas dianteiras, exatamente como um bebê humano recém-nascido, sacudindo-o ou dando-lhe tapas nas costas na região dos ombros, para tirar o objeto usando a força da gravidade. Pode-se também suspender assim um cão de grande porte, se você for um He-Man ou uma She-Ra; caso não seja, levante-lhe as patas dianteiras, como se o bicho fosse um carrinho de mão, para incliná-lo à frente e tentar remover a obstrução.

Outra possibilidade, se o cão não estiver conseguindo respirar, é aplicar a chamada Manobra de Heimlich: com o cão de cabeça para baixo ou pelo menos de cabeça baixa, pressione algumas vezes com o punho fechado (ou alguns dedos, se o cão for pequeno) a região logo abaixo da caixa torácica o bicho até ele liberar o que está preso na garganta. Se o cão aparentar estar desmaiado e sem pulso, faça-lhe ressuscitação cardio-pulmonar imediatamente e chame o veterinário.

Intoxicação e envenenamento
Pode também acontecer de o cão ingerir coisas indevidas que ficaram indevidamente soltas ou espalhadas por aí como veneno de rato, plantas venenosas, medicamentos e até chocolate (a teobromina do cacau é nociva aos cães; afinal, como diz Raul, “o que eu como a prato pleno bem pode ser o seu veneno”) e, veja só, medicação antipulgas em excesso. Lembremos que cães podem se intoxicar até com medicamentos próprios para humanos, que podem (os medicamentos) ter-lhe sido dados com muito boa intenção mas pouca informação.

O cão envenenado ou intoxicado pode ficar inquieto ou desorientado, ter espasmos, tremores, rigidez muscular ou até apatia e desmaios, perder apetite, ter ataques súbitos de vômito e diarreia, beber e urinar mais que o normal, boca salivando ou espumando ou, como no caso de asfixia, estapear a boca, engasgar ou ter dificuldade em respirar. A primeira providência é verificar o que o cão pode ter comido e recolher em sacos plásticos o que aparecer de vômito ou diarreia para exame (certos venenos têm efeito retardado e cumulativo, só se manifestando em até meses após começarem a ser ingeridos), e corra com o cão ao veterinário — melhor ainda se puder telefonar e avisar que um caso de envenenamento está a caminho. E cada tipo de intoxicação ou envenenamento exige um exame e tratamento (lavagem estomacal, injeções, diálises, exames de sangue e rins, internamento)

Desmaios ou ataques cardíacos
Ouça, veja e apalpe bem para ver se o cão está respirando, dando tapinhas de leve e chamando-o pelo nome — mas cuidado para não ser mordido caso ele desperte de repente. Se ele não estiver respirando, abra-lhe a boca, puxe um pouco da língua dele para fora e faça ressureição boca-a-focinho, soprando-lhe para dentro do próprio até o tórax dele subir — mas evite ar em excesso. Para verificar a pulsação do bicho, o ideal e mais prático pode não ser encostar o ouvido no peito e sim sentir o pulso femural, na parte de dentro de uma das patas traseiras. Pode ser necessária ressurreição cardio-pulmonar, semelhante à humana, mas com o peludo deitado não de costas e sim sobre o lado direito (exceto se for de porte muito pequeno), com a pata dianteira colocada dobrada no cotovelo; o ponto onde o cotovelo do cão tocar o corpo é o ideal para aplicar pressão com as mãos uma sobre a outra, formando a famosa “ventosa” manual para aplicar pressão no bicho, soprando-lhe nas narinas após um certo número de pressões (dez para cães grandes, cinco para cães menores e três para peludinhos bem pequenos). Repita até o cão responder.

Atropelamentos ou quedas
Após ser atropelado, o cão deve ser removido o mais depressa e cuidadosamente possível da via e daí verificar se ele está inconsciente e respirando; se for o caso, deve-se apliquar a ressurreição que descrevemos acima. Sangramentos devem ser limpos e cobertos, e fraturas devem ser imobilizadas com tipoias de pano ou o que estiver à mão (até cadarço de tênis pode servir). O ideal é transportar o bicho numa “maca” que pode ser uma folha de papelão ou outra superfície firme ou, na falta desta, uma toalha, cobertor, peça de roupa que sirva de “rede”. O bicho deve ser acalmado, pois, ao contrário de pacientes humanos, ele não costuma se conformar em ser imobilizado e preso a uma maca, improvisada ou não. E coloquem delicadamente o cão no carro rumo a um veterinário, que fará todos os exames e procedimentos para detectar e tratar fraturas, feridas, infecções, fortes dores e outros problemas.

Pode acontecer de o peludo, por puro instinto, após ser atropelado, conseguir ignorar a dor e sair correndo, geralmente voltando para casa, o que pode tornar difícil ao dono perceber imediatamente que o cão está ferido (ainda mais porque a maioria dos danos físicos causados por atropelamentos são internos!); mas logo que perceber, o dono deve, claro, levar o cão ao veterinário imediatamente. E pode acontecer também de, se você for a primeira pessoa que o cão vir após ser atropelado, ele te associe ao acidente, pense que você foi o causador e queira te atacar, portanto esteja prevenido(a).

Olhos

Pode acontecer de alguma coisa, como uma farpa ou pancada, atingir o olho do cão. O ideal é, ao contrário do procedimento para engasgamentos, não tentar remover o objeto do olho do peludo, mas apenas desinfetar o local com alguma solução especial para higiene ocular e cobri-lo com gaze ou um pano antes de levar o bicho ao veterinário. Se o problema for apenas um golpe que deixou o olho do cão preto ou inchado, uma compressa fria e repouso deverão resolver.

Ah, sim: se o cão for muito bravo, convém colocar-lhe uma focinheira (que pode até ser improvisada com corda, gravata, meia-calça, o que estiver à mão), para evitar que ele tente te mastigar, antes de examiná-lo nos olhos e…

Patas, garras e feridas em geral
Cães, assim como crianças humanas, não escapam de um machucado ou outro, que geralmente pode ser curado fácil e rapidamente. Feridas que sangram devem ser limpas com água e podem ser estancadas com gaze ou uma toalha e leve pressão durante uns vinte minutos. Se o ferimento for numa das patas, ela pode ser erguida acima da altura do coração do bicho, para deter a circulação do sangue; se este jorra muito (e quanto mais claro, mais profundo é o ferimento), e o ferimento for muito grande e duas camadas constantemente pressionadas de gaze ou pano não forem suficientes para ajudar a estancar a sangria, é preciso levar o cão ao veterinário mais imediatamente ainda (sempre pressionando a região para ajudar a estancar o sangue sem remover a gaze ou os panos). Para feridas mais superficiais basta lavar com água morna e sabão bactericida (além de aparar os pêlos próximos para evitar que eles grudem no ferimento e dificultem a cicatrização); pode ser necessário colocar no cão aquele colar de “abajur” se ele insistir em seguir o instinto de lamber a ferida ou arrancar o curativo. E farpas, cacos e outros corpos estranhos que estiverem muito encruados deverão ser removidos pelo veterinário. Lá o peludo terá o tratamento necessário, e que além de limpeza do ferimento pode incluir extração de corpos estranhos, raios-X, pontos e transfusão de sangue.

Fonte: yahoo.com